sábado, 1 de maio de 2021

O dia em que Ayrton Senna morreu

 

Reprodução do Correio Braziliense
 23/01/1990

Onde você estava quando Ayrton Senna morreu?
Impossível esquecer o que ocorreu naquele fatídico dia 1º de maio de 1994. 
De repente, o mundo silenciou. Eu estava de plantão no jornal naquele dia. Ia entrar por volta das 15 horas. Saí de casa e percebi que as ruas estavam desertas. Havia um luto no ar. Ninguém falava. Quem ainda dirigia não buzinava. Na Redação do jornal, o clima não era diferente. Jornalistas gostam de notícias e se enchem de adrenalina quando um fato mais sério rompe a rotina naturalmente agitada. Mas aquela notícia ninguém queria dar. O silêncio enlutado predominava também no jornal A Tribuna, de Santos.
Quando fez  15 anos da morte desse ídolo da Fórmula 1, que conquistou o mundo inteiro, escrevi um texto sobre as memórias daquele fato. 
Republiquei em 2010, quando se anunciava a estreia do documentário Senna.
Hoje, 27 anos depois, retorno àquele texto, pois a história é a mesma e as lembranças não mudaram.
Quer ler a postagem original? Basta clicar no link:
 https://lidiamariademelo.blogspot.com/2010/11/ayrton-senna-o-eterno-idolo-da-formula.html
Se não der, eu republico abaixo:

                               15 Anos da Morte de Ayrton Senna

1º de maio de 1994 foi um dia triste. Amanheceu como tantos outros domingos, com transmissão da corrida de Fórmula 1 pela Rede Globo de Televisão, sob a narração de Galvão Bueno. O dia anterior havia sido um sábado de treino preocupante no GP de San Marino, em Imola, na Itália. O austríaco Roland Ratzenberger, de 34 anos, morrera na Curva Villeneuve. Rubens Barrichello já havia sofrido um acidente sério na sexta-feira, mas escapara ileso. O brasileiro Ayrton Senna, o ídolo mundial da Fórmula 1, visitara Barrichello e fora ver de perto a curva que provocara a morte do austríaco. Dera entrevistas, falara sobre a segurança, chegara a pensar em não correr, mas no domingo estava lá em sua Williams/Renault.
Quando acordei naquela manhã, liguei a TV. Senna era favorito. Aumentei o volume da televisão e abri levemente a porta do quarto de minha irmã, para que ela acordasse com o barulho e fosse acompanhar na sala a competição. Mas uma coisa me chamou a atenção, Galvão Bueno narrava a corrida sem mencionar o nome de Senna. Achei estranho e pensei: ''será que ele parou?'' Mas no dia anterior já havia tido uma morte e a corrida estava envolta em preocupação. Não demorou muito para minha irmã chegar à sala e perguntar: ''Cadê o Senna?''.
De repente, Galvão Bueno voltou a falar nele. Foi aí que soubemos do acidente que já havia acontecido na Curva Tamburello. As imagens mostravam que o carro daquele que era considerado um dos maiores ídolos da Fórmula 1 não curvara para a esquerda, seguira reto e batera direto a mais de 300 Km/hora no muro de concreto. A coluna de direção havia partido. Ele tirou o pé do acelerador, pisou no freio, mas não houve jeito de evitar o choque, que jogou seu carro de volta para trás e provocou um tranco em seu cérebro. As imagens da Globo mostraram quando seu corpo tremera no carro já parado. Parecia que ali ele dava os suspiros finais. Galvão Bueno não escondia a preocupação e o mundo parou para acompanhar o que se passava no Hospital Maggiore, em Bolonha, para onde o piloto de 34 anos fora levado.
Foram horas de apreensão até que às 13h40, o repórter Roberto Cabrini entrou ao vivo para anunciar, com a voz embargada, que Ayrton Senna da Silva acabara de morrer. De repente, o mundo silenciou. Eu estava de plantão no jornal naquele dia. Ia entrar por volta das 15 horas. Saí de casa e percebi que as ruas estavam desertas. Havia um luto no ar. Ninguém falava. Quem ainda dirigia não buzinava. Na Redação do jornal, o clima não era diferente. Jornalistas gostam de notícias e se enchem de adrenalina quando um fato mais sério rompe a rotina naturalmente agitada. Mas aquela notícia ninguém queria dar. O silêncio enlutado predominava também no jornal A Tribuna, de Santos.
O resto da história todo mundo acompanhou pelos jornais, televisão e rádio. Não era ainda a época da internet, mas Senna globalizava a competição. Depois de sua morte, muita gente, como eu, deixou de assistir às corridas, porque a F1 perdeu a graça.
Uma imagem de que sempre me lembro quando falo nisso é do francês Alain Prost, o maior rival de Senna nas pistas, segurando uma das alças do caixão, em São Paulo. De Ayrton Senna, restaram inúmeras imagens e lembranças nas pistas, principalmente quando ele venceu em Interlagos e chegou gritando e agitando a bandeira do Brasil, quando, acabada a corrida, ele explicava com simplicidade o que acontecera com o motor, em tal curva, com determinada marcha... Era competente na direção e com as palavras. Tinha carisma e talento. Era um campeão.
Até hoje, ainda é difícil acreditar que que ele não existe mais a não ser nas lembranças, nas memórias e na história da Fórmula 1.

#ondevoceestavaquandoayrtonsennamorreu
#ayrtonsenna

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