domingo, 21 de junho de 2020

Seleção Brasileira do Futebol de 1970: a melhor de todos os tempos. E eu entrevistei Pelé, Leão e Clodoaldo


Lídia Maria de Melo (texto e fotos)
Entrevistei e fotografei o Rei do Futebol em 5 de fevereiro de 2004. 
Foi há 50 anos.
O Brasil vivia sob uma ditadura. As famílias atingidas pelo regime sabiam muito bem.
Mesmo assim, em 1970, a Seleção Brasileira de Futebol deu uma oportunidade ímpar aos que tiveram o privilégio de testemunhar seu desempenho pelos campos do México.
Até quem era criança, como eu, nunca mais se esqueceu.
As jogadas e os lances memoráveis, narrados por Geraldo José de Almeida e televisionados pela primeira vez em uma Copa do Mundo, nem o tempo foi capaz de apagar.

Eu e Pelé, em 5 de fevereiro de 2004, na sede
antiga da TV Tribuna, em São Vicente.

Vestidos em uniforme que lhes valeu o apelido de Seleção Canarinho, dez homens, correndo atrás de uma bola, enquanto um outro defendia o espaço entre duas traves e um travessão, mostraram que arte também se produz com os pés. Mesmo em gramado estrangeiro.

Pelé deu sombreiro do México para professora.
Imagem reproduzida do livro que escrevi em 2004.

A partir de então, a Seleção Brasileira que disputou e venceu a Copa do Mundo de 1970, conquistando o título inédito de Tricampeã Mundial e a Taça Jules Rimet, passou a ser definitivamente meu parâmetro em termos de futebol.

Pelé, já endeusado como o rei desse esporte, estava lá no esquadrão convocado por João Saldanha e treinado por Zagallo.
Mas não era a única estrela.
A Seleção de 70 era uma constelação inteira.
Pelé, Tostão, Jairzinho (o Furacão camisa 7), Rivelino, Gérson, Clodoaldo, Carlos Alberto Torres (capitão do time), Brito, Piazza, Everaldo, Félix. Os goleiros reservas eram: Ado e Leão. 
Era tanto jogador de talento, que os reservas faziam inveja a qualquer outra seleção. Paulo César, Marco Antônio, Baldocchi, Rildo, Edu, Dirceu Lopes, Djalma Dias, Zé Maria, Fontana, Joel, Roberto e Dario.  Não me lembro de todos. Nem sei quem era realmente reserva ou titular, a não ser aqueles mais óbvios.
Além da vitória por 4 a 1, contra a Itália, naquela final no Estádio Azteca, na Cidade do México, em 21 de junho de 1970, quando eu tinha somente 12 anos, foi emocionante acompanhar as cenas protagonizadas pelos mexicanos.
Pelé coloca o sombreiro da Copa de 1970 na cabeça
da professora Rosinha Viegas. Reprodução do livro
que escrevi e publiquei em 2004. 
Eles torceram em massa para o Brasil, já que o México tinha sido desclassificado logo no início da competição. E essa torcida se deu desde Guadalajara, cidade onde a Seleção Brasileira se hospedou.
Confirmada a vitória do Brasil e a conquista do tricampeonato, o público mexicano invadiu o campo e ergueu Pelé nos ombros, para comemorar e colocar em sua cabeça um sombreiro, símbolo daquele país.
Esse sombreiro, por sinal, Pelé doou à educadora Rosinha Viegas, fundadora da Faculdade de Educação Física de Santos (FEFIS), onde o Rei do Futebol e Leão estudaram. A FEFIS originou a atual Universidade Metropolitana de Santos (Unimes).
Sei disso, porque escrevi o livro  “Rosinha Viegas, A Garra de Uma Leoa”, publicado em 2004. Para essa tarefa, entrevistei, além da biografada, diversos esportistas, que foram alunos dela na FEFIS.
Consegui a entrevista com Pelé em 5 de fevereiro de 2004, no intervalo de uma gravação de um anúncio comercial, na sede da TV Tribuna, na época situada na Avenida Jacob Emmerick, em São Vicente. Dessa gravação, participou o barbeiro Didi, que cuida do topete de Pelé desde o início de sua carreira no Santos Futebol Clube e tem um salão em frente ao portão 6 do Estádio Urbano Caldeira, na Vila Belmiro, em Santos.
Apesar do pouco tempo (15 minutos), pude também fotografar o Atleta do Século XX e obter dele um autógrafo em uma camiseta para meu sobrinho.
Um outro fotógrafo, cujo nome não me recordo, registrou esse meu encontro com Pelé, a pedido da filha de Rosinha Viegas, a dentista e educadora Renata Viegas. Dias depois, recebi de presente a fotografia na Redação do jornal A Tribuna, onde eu era editora do caderno Local.
Nessa mesma ocasião, fotografei o técnico e ex-jogador Carlos Roberto Ferreira Cabral (Cabralzinho), outro egresso da FEFIS, que eu havia entrevistado por telefone, para o mesmo livro
Em outro dia, também entrevistei Clodoaldo Santana, morador da cidade de Santos, e o ex-goleiro Emerson Leão, que, na época, era treinador do Santos Futebol Clube. Nosso encontro foi no Centro de Treinamento Rei Pelé, ao lado da Santa Casa de Santos.
Pena que não tenho fotos desse momento, somente os áudios.

De todo modo, posso confessar que me sinto honrada por ter entrevistado três integrantes da Seleção Brasileira de Futebol de 1970, a Seleção dos Sonhos. A melhor de todos os tempos.
  

Taça Jules Rimet: posse definitiva do Brasil

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