terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Álbum de recordação





Você se sentou a meu lado,
roçou os pelos de seu braço esquerdo no meu braço direito.
Essa sensação já ultrapassa duas décadas e meia
sem que ninguém saiba,
nem pressinta.
Talvez até você já tenha se esquecido.
Mas meus sentidos ainda se aguçam
com essa remota referência,
de quando você tinha cabelo
e eu, cintura fina.
Você era ainda belo
e eu, pouco mais que uma menina.
Permeávamos planos e sonhos
na sala e na escada da universidade,
pintávamos paredes,
tracejando poesia.
O futuro tudo permitia,
comportava toda nossa utopia.

5 comentários:

  1. A história que é sua- ou que você criou- é também a minha, a de muita gente. Mas foi você que contou e a gente, de repente, se imagina um pouco dona, também, da poesia que é sua. Deve ser porque os sentimentos são mesmo universais! Bonito, Lídia!

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  2. "você tinha cabelo"??. Sei ñ, lembrei de uma pessoa...

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  3. Nando, não sei..., mas acho que essa pessoa de quem você se lembrou não foi à universidade comigo e nem me inspirou poesia.
    Parece que essa característica de ter cabelo e perdê-lo é comum a muitas outras pessoas.
    Obrigada pela visita ao blog e pelo comentário.

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  4. Um encanto!
    Vamos junto, enlevados, curiosos...

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