sábado, 21 de dezembro de 2019

Negação, um filme contra a desinformação e em favor do Direito, da História e do Jornalismo


 Lídia Maria de Melo
Nestes tempos em que muitos não se acanham em contestar fatos históricos notórios ou fenômenos naturais mais do que comprovados pela ciência,  o filme “Negação”, em cartaz no Netflix, é necessário e imprescindível, em termos jurídicos, jornalísticos e históricos. 
Dirigido por Mick Jackson e protagonizado pela atriz Rachel Weisz, trata-se de um drama histórico, baseado em fatos reais ocorridos a partir de 1993, quando a historiadora norte-americana Deborah Lipstadt publicou o livro Denying the Holocausto: The Growing Assault on Truth and Memory (Negando o Holocausto: O Crescente Ataque à Verdade e à Memória). Nele, ela analisou obras que negavam o extermínio de judeus em câmaras de gás, nos campos de concentração, a mando de Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial.
Quando o livro foi publicado na Inglaterra, o escritor britânico David Irving, negador ferrenho do holocausto,  ajuizou uma ação de difamação  contra Deborah Lipstadt e a editora que publicou a obra.
O filme narra essa história e a batalha que ambos travaram em um tribunal britânico até 2001. Durante a narrativa, expõe as diferenças entre o sistema jurídico britânico e o norte-americano, assim como a forma diversa de atuação de advogados das duas nacionalidades.
Também mostra que, na Grã-Bretanha, não existe presunção de inocência e que o ônus da prova cabe ao acusado, quando nos Estados Unidos, a exemplo do Brasil, quem deve provar o que alega é a parte que acusa.
No caso em tela, como estratégia de defesa, os advogados de Deborah utilizam o instituto da exceção da verdade. Ou seja, decidem provar que as críticas classificadas pelo autor da ação como difamação, na realidade, são reais.
Por todos esses aspectos jurídicos, o filme, de 2016, com duração de uma hora e cinquenta minutos, torna-se obrigatório a estudantes e profissionais da área de Direito. Pela temática, é pertinente a quem se dedica ao estudo e à pesquisa da História. Como se trata de um debate de ideias que também põe em evidência a liberdade de expressão, é imprescindível para quem atua no Jornalismo. 

O fato real é tratado em site específico. Clique aqui.

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