Lídia Maria de Melo
Nestes
tempos em que muitos não se acanham em contestar fatos históricos notórios ou
fenômenos naturais mais do que comprovados pela ciência, o filme “Negação”, em cartaz no Netflix, é
necessário e imprescindível, em termos jurídicos, jornalísticos e históricos.
Dirigido
por Mick Jackson e protagonizado pela atriz Rachel Weisz, trata-se de um drama
histórico, baseado em fatos reais ocorridos a partir de 1993, quando a
historiadora norte-americana Deborah Lipstadt publicou o livro Denying the
Holocausto: The Growing Assault on Truth and Memory (Negando o Holocausto: O
Crescente Ataque à Verdade e à Memória). Nele, ela analisou obras que negavam o
extermínio de judeus em câmaras de gás, nos campos de concentração, a mando de
Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial.
Quando
o livro foi publicado na Inglaterra, o escritor britânico David Irving, negador
ferrenho do holocausto, ajuizou uma ação
de difamação contra Deborah Lipstadt e a
editora que publicou a obra.
O filme
narra essa história e a batalha que ambos travaram em um tribunal britânico até
2001. Durante a narrativa, expõe as diferenças entre o sistema jurídico
britânico e o norte-americano, assim como a forma diversa de atuação de
advogados das duas nacionalidades.
Também
mostra que, na Grã-Bretanha, não existe presunção de inocência e que o ônus da
prova cabe ao acusado, quando nos Estados Unidos, a exemplo do Brasil, quem
deve provar o que alega é a parte que acusa.
No caso
em tela, como estratégia de defesa, os advogados de Deborah utilizam o
instituto da exceção da verdade. Ou seja, decidem provar que as críticas
classificadas pelo autor da ação como difamação, na realidade, são reais.
Por
todos esses aspectos jurídicos, o filme, de 2016, com duração de uma hora e
cinquenta minutos, torna-se obrigatório a estudantes e profissionais da área de
Direito. Pela temática, é pertinente a quem se dedica ao estudo e à pesquisa da
História. Como se trata de um debate de ideias que também põe em evidência a
liberdade de expressão, é imprescindível para quem atua no
Jornalismo.
O fato real é tratado em site específico. Clique aqui.
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