quarta-feira, 4 de julho de 2018

Mosaico de vivências. Ney Matogrosso me deu um autógrafo em 1985. Roberto Drummond também.

       Lídia Maria de Melo
Ingresso do show de Ney Matogrosso no Rio, em 17/1/1985.
Tenho paixão pela preservação da memória. Para mim, o mundo é um mosaico de vivências, assim como cada um de nós.
Somos compostos pelos pedacinhos do caminho que percorremos e construímos ao longo da vida.
 Em 17 de janeiro de 1985, no Circo Tihany, no Rio de Janeiro, assisti ao show Destino de Aventureiro, de Ney Matogrosso, acompanhado pela banda Placa Luminosa. A direção era de Jorge Fernando e a cenografia, de Américo Issa.
O ingresso, em frente e verso, está reproduzido em fotos aqui nesta página. Reparem no preço do ingresso: Cr$ 15.000,00 (quinze mil cruzeiros).
No ingresso, de número 97, aparecem também os nomes dos patrocinadores e o número do portão de entrada: 3.
O show de duas horas começou com a música Rei das Selvas. Ney apareceu se equilibrando em trapézio, bastante alto, e vestido de Tarzan, ou seja, apenas com uma tanga minúscula e uma pena de gavião enfeitando a cabeça. Quando entoou Cobra Manaus, ele fazia movimentos com o corpo, dançando, que parecia uma cobra mesmo.
Uma música atrás da outra, o público cantava junto. Entre elas, Coração Civil e Rosa de Hiroshima fizeram a emoção falar alto. O espetáculo terminou, com bis, ao som de Pro Dia Nascer Feliz. 
Após a apresentação, eu e minhas colegas congressistas (estávamos em um congresso de literatura) fomos ao camarim de Ney.
Autógrafo de Ney Matogrosso no verso do ingresso. 1985
Fiquei surpresa com ele, que de perto, envolto em uma toalha pela cintura, era tão miúdo. No palco, parecia um gigante.
Quem estava no camarim, também para cumprimentá-lo, era a atriz Tânia Alves.
Acabamos ganhando um autógrafo e outro ingresso para um show dele em Curitiba, no Teatro Guaíra, em 23 de março.
Não fui, mas guardei para sempre, em uma lata estilizada do perfume e sabonete Acqua Fresca, do Boticário.
Esse mesmo show foi apresentado na abertura do Rock in Rio no dia 11 de janeiro, na semana anterior.
Ingresso para o show em Curitiba.
A ditadura militar chegava ao fim.
Dois dias antes, em 15 de janeiro de 1985, o colégio eleitoral do Congresso Nacional havia escolhido Tancredo Neves para substituir o general João Batista de Oliveira Figueiredo na Presidência da República. O candidato vencido foi Paulo Maluf, candidato do governo militar.
No dia 16, conheci o jornalista e escritor Roberto Drummond, que autografou o exemplar de seu livro Sangue de Coca-Cola, que comprei no congresso de literatura do qual eu participava em uma faculdade de Bonsucesso.
Drummond me convidou para almoçar com ele em Belo Horizonte, quando eu voltasse a Minas Gerais, durante minhas viagens a Ouro Preto.
Infelizmente, nunca concretizei esse convite.
Ele esteve em Santos, para lançar seu último livro, O Cheiro de Deus. Escrevi sobre sua obra, mas não o encontrei dessa vez.
Seu livro mais famoso foi Hilda Furacão, que acabou virando minissérie da Globo.
Drummond morreu em 21 de junho de 2002, após escrever uma crônica sobre o jogo Brasil X Inglaterra na Copa do Brasil, que aconteceria de madrugada. Era um apaixonado por futebol. Escrevi sobre isso neste blog e em um artigo publicado no jornal A Tribuna.
Leia e veja a foto do autógrafo que ele me deu, clicando aqui.

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