domingo, 5 de junho de 2011

Loja de departamentos cobra juros e seguro no valor das compras sem avisar cliente. Cuidado!

Consumidor é um ser que jamais pode baixar a guarda.
Há poucos dias, fui a uma loja de departamentos quitar um carnê e dei uma olhada nas araras de roupas.
Gostei de duas camisetas femininas de algodão. O preço estava bom, R$ 35,90, cada. Comprei uma branca e outra preta. Cores básicas e úteis.
Namorei ainda uma bolsa, mas não  levei.
No caixa, minha opção de parcelamento no cartão da loja foi em quatro vezes.
Voltei à mesma loja no dia seguinte e decidi comprar a tal bolsa e levar das mesmas camisetas para presentear duas pessoas de minha família.
De novo, utilizei o cartão da loja para pagar a compra de R$ 197,60 também em quatro parcelas.
Dessa vez, a funcionária argumentou que eu deveria parcelar em oito vezes, para concorrer a um sorteio de uma quantia em dinheiro  durante um tempo maior. Caso eu decidisse antecipar a quitação, poderia acertar duas parcelas por mês. Assim, continuaria a concorrer ao prêmio pelos oito meses. Cedi, sem analisar muito bem a proposta.
                                            Reprodução (clique na imagem para ampliar)
Valor real da segunda compra exposto na Nota Fiscal
Dois dias depois, anotando os valores gastos, para meu controle, observei que o total da segunda compra na nota  era de R$ 197,60. No carnê, porém, subia para R$ 287,60.
                                             Reprodução (clique na imagem para ampliar) 
Valor da segunda compra com juros e seguro
Levantei a nota fiscal grampeada sobre o carnê, encobrindo o local em que os valores estavam impressos, e descobri o motivo da diferença de R$ 90,00. No carnê, estavam registrados juros de R$ 70,32 e um seguro de R$ 19,68.
No carnê da primeira compra, não havia juros, mas estava lá outro seguro de R$ 4,92, o que elevou o total de R$ 71,80 para R$ 76,72.
                                               Reprodução (clique na imagem para ampliar)
Valor da primeira compra com o seguro no carnê
Imediatamente, telefonei para a loja e questionei se eu era obrigada a aderir a um seguro em minhas compras. A resposta foi negativa. O seguro é facultativo. Então, por que nenhuma funcionária indagou qual era a minha opção? O objetivo desse seguro, segundo a loja, é garantir o pagamento das prestações caso o comprador perca a possibilidade de quitá-las, por desemprego, doença ou outra razão.
Perguntei se eu não poderia cancelá-lo, já que, sem saber, havia aderido a dois em dias seguidos. Poderia sim, desde que dentro de sete dias a partir da compra.
Quis saber também se todo parcelamento incluía juros. Surpresa: em até cinco vezes eles não são cobrados. Pelo menos explicitamente. Eu poderia ter pago o valor da compra em cinco parcelas, caso a funcionária não tivesse insistido para que eu concorresse ao sorteio por um tempo maior. Ou seja, fui induzida a estender o parcelamento.
Mesmo quem opta por um número menor de prestações concorre ao sorteio!
Rumei o mais rápido possível para a loja. Cancelei os dois seguros e a segunda compra, para que fossem refeitos os carnês. Após uma pequena burocracia que me tomou cerca de meia-hora saí da loja com dois carnês com valores menores.
O da primeira compra baixou para R$ 71,80 e o da segunda, para R$ 197,60. Ou seja, pagarei somente o preço das mercadorias compradas.
Antes de ir embora, chamei a supervisora de vendas e deixei registrada minha insatisfação com o que parecia má-fé. Solicitei que as funcionárias dos caixas sempre deixem claro aos consumidores que a adesão a um seguro no momento da compra é facultativa. E que parcelar o pagamento em até cinco vezes não inclui cobrança de juros.
O cliente certamente vai se sentir menos lesado, ou menos ludibriado.
A maioria não costuma reclamar. E quem exige seus direitos acaba pagando o ônus de ser considerado desagradável.
É sempre assim. Cansativo!

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