sexta-feira, 22 de abril de 2011

Nem sempre dá para se colocar toda a compra em sacola ecológica. O que fazer com o peso?

Divulgação: Ministério
do Meio Ambiente
Houve um tempo em que os supermercados não existiam e eram somente mercados, ou mercadinhos de bairros. Ou ainda mercearias, ou vendas.
Nessa ocasião, as donas de casa faziam compras bem menores, porque não havia tantas variedades de mercadorias, nem tantos alimentos e produtos supérfluos. Talvez por isso as pessoas fossem mais magras.
Nessa época, levava-se de casa uma sacola, onde os produtos eram acondicionados e transportados. Quando as aquisições eram em maior quantidade, havia uns meninos que transportavam as mercadorias em carrinhos de mão produzidos em madeira e ''faziam os carretos''. Por uns trocados, levavam as compras até à casa dos fregueses.
Houve um tempo em que as compras eram guardadas também em sacos de papel pardo e espesso, onde estava escrito o nome do estabelecimento comercial.
Com a modernização dos costumes e a transformação dos mercadinhos, das vendas e dos mercados em super e hipermercados, nos anos 1970, surgiram as sacolas plásticas, que por longos anos facilitaram a vida dos consumidores.
Quando a consciência ecológica passou a falar mais alto na vida da população do planeta Terra, as sacolas plásticas viraram vilãs.
O motivo é simples: elas sempre acabam acondicionando lixo nas residências e vão parar nos lixões, nos bueiros, nos rios, nos mares.
Pesquisas científicas garantem que elas demoram de 300 a 400 anos para se decompor no meio ambiente. Em muitos lugares, elas impermeabilizam o fundo dos oceanos e se transformam em perigo mortal para a fauna e flora marinha.
Diante desse quadro aterrorizante, os ambientalistas passaram a exigir a proibição das tais sacolas plásticas nos estabelecimentos comerciais.
Os municípios apressaram-se em criar leis proibindo o uso e incentivando a população a utilizar as sacolas retornáveis, a exemplo do que ocorre em países europeus.
Entre os que apoiam a ideia, há quem defenda a mudança pela sacola plástica biodegradável, que salvaria a população do retorno aos hábitos vigentes nos anos 1960.
Esta semana, minha mãe estava na rua e decidiu ir ao supermercado. Surpreendeu-se com o fato de não haver sacolas plásticas no estabelecimento. Havia somente caixas de papelão. Ela, então, ponderou: ''Como eu poderia usar uma sacola ecológica se minha compra era grande? Além disso, não posso carregar uma sacola pesada! Não tenho condição física para isso''.
Ela tem razão. Para acondicionar tudo o que comprou, precisaria de várias sacolas ecológicas.
Ontem, fui a um supermercado. Necessitava de suco e de um ovo de Páscoa. Levei minha própria sacola. Por sinal, bonita e grande.
Depois de passar no caixa, guardei as oito caixas de suco de laranja adquiridas. Deixei de fora o ovo de Páscoa para não amassar. Ao erguer a sacola para colocar de novo no carrinho do supermercado, em que eu transportaria tudo até o estacionamento de veículos, o peso excessivo me causou cãibra na panturrilha da perna esquerda.
Imediatamente, me lembrei de minha mãe e de meu médico.
Do médico, pus em prática o conselho: ''Quando sentir cãibra, encolha a perna e espere passar''. Foi o que fiz ainda no caixa.
De minha mãe, recordei a queixa: ''Não posso carregar uma sacola pesada''.
Ela tem total razão. Eu também não posso.
Hoje, além de ser a data em que os cristãos relembram a crucificação de Jesus e os brasileiros comemoram os 511 anos da chegada de Pedro Álvares Cabral ao nosso território, também é Dia do Planeta Terra. Todos precisamos ter cada vez mais consciência de que é preciso cuidar dela.
Apesar disso, vale deixar um recado aos ambientalistas e aos legisladores: vamos pensar em soluções que permitam a preservação do planeta, mas que não sejam um transtorno para as pessoas.
O uso das sacolas biodegradáveis pode ser uma saída que contemple a Terra e seus habitantes. Que tal analisar as sugestões?

2 comentários:

  1. O tempo que você relembra é do capitalismo ainda jovem. Mas ele cresceu, fabricando novas necessidades, sufocando as pequenas vendinhas, deixando, de fato, as pessoas obesas.
    Falando em sugestão, segue a minha: compre laranjas, na quantidade que você possa carregar, e faça o suco. Não há caixinha que se possa comparar ao original...

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  2. Gostei do seu post! Muito inteligente a discussão do tema!

    Uma questão que ainda não foi respondida! Será que as sacolas ecológicas darão conta das compras??

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