Lídia Maria de Melo
Na noite de 22 de abril de 2008, a Baixada Santista também sentiu a terra tremer.
Eu estava na Redação do jornal A Tribuna e precisei mudar a edição do primeiro caderno para publicar a notícia do inusitado fenômeno.
Na madrugada de 23 de abril, escrevi no meu antigo blog um relato sobre aquela experiência.
Veja abaixo a reprodução do texto e comentários de leitores do blog.
Acima, clique na imagem para ampliar e ler a reportagem que editei junto com a equipe que estava e permaneceu em A Tribuna naquela noite.
Terremoto
Eram cerca de 21 horas. Eu estava na Redação do jornal, no Centro de Santos, quando senti a bancada de computadores tremer. A impressão era de que alguém estivesse se balançando e fazendo a bancada se balançar também. Olhei para o repórter sentado em frente. Estava quieto. Procurei outra pessoa que estivesse sentado ao lado dele. Não havia ninguém. O balanço continuou por segundos. Até que, em outra bancada, outro repórter gritou: ''O prédio balançou, vocês sentiram?''.
Desse instante em diante, os telefones não pararam de tocar. Eram leitores relatando que sentiram seus apartamentos ou casas tremerem, objetos se moverem, trepidarem ou tilintarem. Eram pessoas de todas as cidades da Baixada Santista. Imediatamente, pensamos que fosse reflexo de algum terremoto em outro país da América do Sul. Normalmente, sentimos os reflexos.
Não demorou para termos as informações precisas. O tremor fora sentido em todo o Litoral Paulista, na cidade de São Paulo, no interior do Estado, no Rio de Janeiro, no Sul de Minas Gerais, no Paraná e em Santa Catarina.
O epicentro se deu bem perto de nós, no Oceano Atlântico, a 215 quilômetros da costa de São Vicente, e mediu 5,2 graus na escala Richter. Foi o maior terremoto do Estado de São Paulo desde 1920.
Por sorte, não houve feridos, nem desabamentos. Especialistas disseram que não havia também risco de uma tsunami (onda gigante).
Muita gente passou a se perguntar se não seria reflexo das escavações marítimas para exploração de gás e petróleo na Bacia de Santos. Não sabemos ainda. O certo é que recentemente o Ibama queria que fosse interrompida a prospecção, porque havia relação entre as ondas sonoras emitidas por essas escavações e a morte e desorientação de baleias e outros animais marinhos, que estavam se perdendo e chegando à costa da Baixada Santista.
A edição do jornal teve que ser mudada às pressas. Fechamos por volta da 1h15 da manhã.
E você, se assustou? Conte como foi, deixando um comentário.
Comentários
[Flavia] [flaviasaad@gmail.com] [Santos]
Lídia, tenho uma revelação a fazer: é que, como aquela foi a minha primeira semana na pauta, encomendei o mini-terremoto!!! *risos* bjs Flávia
26/04/2008 19:47
[Bruno] [bcguedes@hotmail.com] [Santos]
Bem, não tenho nada de novo a acrescentar, pois estava naquela mesma redação no momento do fatídico tremor. Acho até que sou o repórter que, da outra bancada, gritou que o prédio estava tremendo. Não lembro muito bem, mas que lá tudo tremeu, tremeu. Beijos.
25/04/2008 01:04
[Rodrigo Azevedo] [falandodecinema@gmail.com] [http://intensamagia.blogspot.com] [Santos/SP]
Quando cheguei em casa minha mãe disse que o tremor tinha sido forte mesmo. Os quadros estavam todos tortos, impressionante.
23/04/2008 14:29
[helio amarante] [helioamarante@terra.com.br] [guaruja]
Querida Lidia, minha mãe ficou apavorada, imagine qunatas pessoas passaram por este momento, a natureza esta respondendo mais depressa que se imagina, o homem não tentou preservar o meio ambiente agora esta tendo a resposta, para vc ter uma ideia vi outro dia na internet que se preve para 2012 uma grande catastrofe,isto iclui uma grande onda acima de 150 metros de altura, imagine o que vai acontecer com o litoral do brasil, enfim aguardemos o que vira daqui para frente, quanto ao seu susto, creio qu vc esta bem, um grande beijo.
23/04/2008 10:11
[Patrícia Fagueiro] [patriciafagueiro@gmail.com] [Santos]
Lídia Que correria para fechar o jornal, hein? Ontem estava tão cansada que fui deitar antes das 9 e não senti o tremor. No entanto,minha mãe, que também estava deitada, sentiu o colchão se mover. A princípio, ela até pensou que estivesse passando por uma crise de labirintite, mas achou esquisito o fato de sentir o colchão sendo empurrado - algo que não havia acontecido em vezes anteriores. Por fim, descobriu-se que fora efeito do breve, mas sentido, tremor. Beijos
23/04/2008 09:53
Leia também: Ernesto Zwarg nos livrou de uma usina nuclear em Peruíbe
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sexta-feira, 18 de março de 2011
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Me lembro desse dia. Morava no oitavo andar em um prédio na Carvalho de Mendonça, perto do Canal 1. Senti uma tontura repentina e uma sensação estranha como se tivesse levado um empurrão. Minha mulher que estava na cozinha veio até a sala e perguntou se eu tinha sentido o prédio balançar. Na hora não identifiquei, só depois.
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