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O mundo estava atento e não se calou. Graças à manifestação de gente de todos os cantos do planeta, a iraniana Sakineh Mohammadie Ashtiani foi libertada.
A Comissão Internacional contra a Pena de Morte e o Apedrejamento fez o anúncio hoje na Alemanha e agradeceu a pressão exercida pela comunidade internacional e por líderes de vários países, principalmente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente eleita, Dilma Rousseff.
Inicialmente, Sakineh foi condenada ao apedrejamento, por adultério. Ela teria confessado o crime após ser submetida ao castigo de 99 chibatadas. O advogado dela foi tão perseguido que precisou se exilar. Ao tentar defendê-la, seu filho também foi perseguido e preso.
Quando começaram as mobilizações pela libertação de Sakineh, Lula se esquivou de interceder junto ao presidente Mahmoud Ahmadinejad, alegando que não poderia interferir em questões internas de outros países. Mas o clamor popular falou mais alto e ele apelou ao iraniano.
Hoje, a notícia provocou nova reação da comunidade internacional. Mas, desta vez, todos comemoraram,como se pode ver no site de relacionamentos Twitter.
Assim que soube do anúncio, lembrei-me de um trecho de conhecido poema de John Donne: ''A morte de um único homem me diminui, porque eu pertenço à humanidade''. A libertação de Sakineh me deixou feliz, porque não é possível que nos dias atuais mulheres ainda sejam submetidas às humilhações impostas por leis retrógradas, que não lhes dão condições de defesa.
Em 2001, a nigeriana Safiya Hussaini Tugar Tudu passou por situação semelhante. Sua história está relatada no livro Eu, Safiya _ A História da Nigeriana que Sensibilizou o Mundo, escrito pelo jornalista italiano Raffaele Masto, especializado em reportagens sobre a África. Ela já havia passado por quatro casamentos. Três deles terminados em repúdio, ou seja, fora rejeitada pelos maridos, a pior humilhação para uma mulher islâmica. Somente em um, pedira o divórcio.
Mãe de seis filhos, dois deles mortos por catapora, ela vivia na casa dos pais com uma filha, já que as outras três crianças estavam sob a guarda dos pais. Tinha 34 anos quando foi seduzida por um primo distante, que não assumiu sua sétima gravidez e a renegou publicamente. Resultado, foi denunciada pelo próprio irmão e condenada à morte por apedrejamento em 2001.
O caso de Safiya ganhou o mundo e tornou-se uma batalha política. Ela acabou salva a um passo da morte.
O livro é narrado em primeira pessoa e traz detalhes dos costumes islâmicos, principalmente no que se refere às mulheres, num mundo marcado pela aridez e as peculiaridades da savana.
Uma história fascinante de bravura e coragem.

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