Devolvi o DVD à locadora, apesar de ter gostado da fotografia, do diálogo e da interpretação dos atores na primeira parte. E fiquei curiosa para saber o que acontecia com a judia francesa que escapou, depois de testemunhar o fuzilamento da família pelo oficial alemão Hans Landa, o caçador de judeus interpetado por Christoph Waltz (Oscar de melhor ator coadjuvante).
Conversei com amigos que já tinham visto o filme e eles me garantiram que a história não ficava apenas nas cenas de trucidação. Aluguei de novo o DVD. Na noite de sábado, assisti a mais dois capítulos e, de novo, dormi.
Antes, tive tempo de apreciar a interpretação magnífica da atriz Mélanie Laurent, na pele da judia francesa Shosanna Dreyfuss, que fugiu dos nazistas após perder a família. Somente com movimento de olhos e levantar de sobrancelhas, ela expressa tudo o que a cena exige e os sentimentos da personagem. Adorei. Assim como gostei também de Brad Pitt, como o queixudo Aldo Raine, o caçador de nazistas. Dá para ver como ele amadureceu. A cada personagem, o belo galã, que fazia qualquer mulher babar, transformou-se em um ator e tanto. A gente até se esquece de que ele era, e ainda é, lindo! Em Bastardos Inglórios, o que realça nele não é a beleza, nem o charme, mas os trejeitos de um matador nazista, com um sotaque forte do Tennessee.
Somente na tarde deste domingo, enquanto todo mundo assistia às partidas de futebol entre Santos e Palmeiras, ou entre São Paulo e Rio Branco, eu voltava a Bastardos Inglórios. Mais uma vez, cochilei em alguns trechos e retornei às cenas em que havia fechado os olhos. Não me deixei perder nada.
Bastardos Inglórios é uma tragicomédia, uma charge cinematográfica. Uma sátira. Tem um figurino impecável, uma bela fotografia, uma trilha sonora que marca as tiradas satíricas (o uso, por exemplo, do tema de O Dólar Furado na cena em que Shosanna está lendo em um restaurante), bons diálogos... Se vou ficar me lembrando dele, só o tempo dirá. Esse detalhe é que vai definir se eu gostei total ou parcialmente do filme de Tarantino. Ainda não posso dizer.
Mas o que me deixou intrigada é o fato de o filme ter me provocado sono em alguns momentos.
Há filmes a que eu assisto inúmeras vezes e mal pisco os olhos. Isso é sinal de alguma coisa. Acho que é meu termômetro cinematográfico.
Ah, não posso me esquecer de comentar: a cena final no cinema me fez lembrar dos falsos banhos nos campos de concentração. Simboliza uma vingança histórica!
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