sábado, 14 de setembro de 2024

O golpe de 1964 e a invasão de sindicatos do Porto de Santos, em minha entrevista na Band Litoral


Para assistir, clique aqui.

Os 60 anos do golpe militar e a perseguição aos trabalhadores do Porto, organizados em sindicatos. Esse foi o tema de mais uma entrevista que concedi este ano e foi ao ar em 14 de setembro de 2024 no programa Porto e Baixada, veiculado pela Thathy TV - Band Litoral e também no canal da emissora no Youtube. Trato desse assunto no meu próximo livro sobre a ditadura no Porto de Santos. Para assistir e conhecer um pouco mais sobre esse tema histórico e tão importante, clique no link: https://youtu.be/UfUw_Wd8DyY.  

A equipe que me entrevistou foi a Naihara Carvalho - Naih Oliveira Carvalho (produção), Rafael Roncarati (cinegrafista) e Gabriel Ursini (produção e operação de drone). No roteiro e edição final, André Rittes; edição, Renan Sposito; apresentação, Felipe Folli; e direção, Ari Brito.

Obrigada a todos pela veiculação de um assunto tão importante para a História do Brasil, de Santos, do Porto, dos Trabalhadores Portuários e de outras áreas e do Sindicalismo Santista e Brasileiro.

Para assistir, clique  no link:     https://youtu.be/UfUw_Wd8DyY ,

#DitaduraNuncaMais #sindicalismo #Santos #PortoDeSantos #trabalhadores #companhiadocas

sábado, 23 de setembro de 2023

Você conhece a expressão "PT saudações"?

Lídia Maria de Melo

Outro dia, em uma rede social, perguntei a meus seguidores se alguém conhecia a expressão "PT Saudações".
Alguns, mais velhos, disseram que sim.
Outros preferiram não arriscar uma resposta.
Pois bem, vamos às explicações.

A expressão surgiu com o telegrama, meio de comunicação inaugurado no Brasil em meados do século 19, após a invenção do telégrafo. Tratava-se de uma forma bem rápida e urgente  de comunicação.

O telégrafo foi criado pelo norte-americano Samuel Finely Breese Morse em 1837. Somente em 1844, ele conseguiu enviar a primeira mensagem à distância. A linguagem usada passou a ser conhecida como Código Morse. 
No Brasil, a primeira linha de telégrafo foi instalada na cidade do Rio de Janeiro em 1852, a pedido do imperador D. Pedro II, um entusiasta das novas tecnologias.  
O telegrama passou a ser uma alternativa à carta, que demorava dias para ser entregue.
A linguagem do telegrama era sintética, sem preposições, artigos e pontuação, para reduzir o custo da mensagem, entregue pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
As letras PT eram a abreviação de ponto (final). Não tinham (nem têm) qualquer ligação com o Partido dos Trabalhadores, que só foi fundado no Brasil em 1980.
A palavra "saudações" era um cumprimento  formal, equivalente a  "um abraço", "passar bem" etc. Com o tempo, "PT Saudações" passou a ser usada com o sentido de despedida.
Às vezes, quando uma conversa ficava alterada, era comum um dos interlocutores encerrar o assunto, usando essa expressão, numa demonstração de contrariedade, ou de desprezo pelo interlocutor. Ao mesmo tempo, encostava o dedo indicador na própria testa e apontava em direção ao outro, como se batesse continência. Depois, dava as costas e ia embora.
Hoje, quem pesquisa telegrama na internet só encontra o aplicativo Telegram, que não é o dos Correios, mas segue o mesmo conceito: mensagem rápida.
Em tempo: os Correios ainda oferecem o serviço de envio de telegramas, que pode ser escrito ou fonado.

terça-feira, 9 de maio de 2023

Aos 9 anos, descobri Rita Lee com um coração no rosto. Desenhei um na mão, como me despeço hoje

Lídia Maria de Melo

Nem sei quantas vezes já contei esta história. Eu tinha 9 anos quando vi Rita Lee cantar nos Mutantes, grupo que formava com Sérgio Dias e Arnaldo Baptista. Era o festival de música da TV Record, de 1967. Eles acompanhavam Gilberto Gil, que defendia "Domingo no Parque". Rita aparecia fantasiada, tocando prato, e com um coraçãozinho desenhado no rosto. Toda ruiva. Toda linda. No dia seguinte, na escola, eu tatuei um coração na minha mão, usando canetas esferográficas vermelha e azul. Minha primeira transgressão. Nos anos 1980, bailamos ao som das canções que ela fez com Roberto de Carvalho. Em janeiro de 1995, tive o privilégio de vê-la cantar bem de perto, no maravilhoso show que ela fez antes dos Rolling Stones subirem ao palco no Estádio do Pacaembu. Miss Brasil 2000. Hoje, parece mentira que nossa Rainha do Rock se foi. Desenho de novo o coraçãozinho na mão, em sua homenagem. Com lágrimas nos olhos.
Anúncio da família
sobre a morte de Rita Lee



segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Povo que lutou por democracia ocupa Brasília na posse de Lula e entrega a faixa presidencial

 Lídia Maria de Melo

O Brasil está de volta à civilidade.
2022 foi-se embora. Levou nas costas a fama de ano louco.
Agora, o calendário virou a página. Ontem, dia 1º de janeiro de 2023, já foi outro dia, com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em seu terceiro mandato.
O Planeta Terra voltou a ser redondo, graças à resistência das pessoas que não se curvaram à panaceia dos últimos quatro anos.
2023 chegou e precisamos de coragem para recomeçar e recuperar  o Brasil. De mãos dadas somos mais fortes.
O slogan do novo Governo Federal, neste terceiro mandato de Lula, representa bem esse pensamento: "Brasil - União e Reconstrução".
A multidão que foi aclamar Lula ontem em Brasília também dá a medida correta dessa filosofia.
Os que ali estavam não eram fanáticos, mas pessoas que lutaram pelo restabelecimento da democracia no País.
Havia um clima de felicidade no ar e, quando os repórteres entrevistavam os que se aglomeravam na Praça dos Três Poderes, esperando que Lula subisse a rampa do Palácio do Planalto, cada um sabia dizer com muita clareza e propriedade o motivo pelo qual decidiu participar da posse.


Povo ocupa a Praça dos Três Poderes
Foto de Warley Andrade/Agência Brasil - EBC

Entre os presentes, havia muitos professores. Alguns, da cidade de Santos. Por eles, eu me senti representada.
Quem transmitiu a faixa governamental ao novo presidente foram pessoas do povo. Isso só foi possível, porque o presidente anterior recusou-se a participar da solenidade de transmissão do cargo, escapando pela porta dos fundos.
Na verdade, ainda bem que ele se omitiu, porque abriu espaço para que os organizadores da solenidade tornassem o povo protagonista desse momento importante.

Já com a faixa presidencial, 
Lula e os representantes do povo
acena para a multidão
Foto de Tânia Rego/Agência Brasil - EBC

A faixa presidencial acabou sendo entregue a Lula por:
Francisco Carlos do Nascimento, um menino de 10 anos, filho de uma assistente social e de um advogado, morador de Itaquera, em São Paulo, corintiano e nadador que ganhou o primeiro lugar no campeonato da Federação Aquática Paulista em 2022. 
Aline Souza, catadora de material reciclável, mãe de sete filhos e presidente da Rede Centcoop -DF, que reúne catadores do país. Foi ela que colocou a faixa presidencial em Lula, após passar pelas mãos dos demais.
Cacique Raoni Metuktire, líder indígena da aldeia Kraimopry-yaka, de 93 anos, conhecido mundialmente, por sua luta em favor da Amazônia e dos povos da floresta.  Amigo do cantor inglês Sting, é da etnia caiapó e habita a região do Rio Xingu.
Weslley Viesba Rodrigues Rocha,  metalúrgico de 36 anos, que trabalha no ABC paulista e é formado em Educação Física, com benefício do Fies (Programa de Financiamento Estudantil). Atua tabém como DJ no grupo de rap Falange.
Murilo Quadros de Jesus, professor universitário, formado em Letras pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Jucimara Fausto dos Santos, cozinheira que mora em Maringá, no Paraná.
Ivan Baron, ativista potiguar em defesa da inclusão e engajado na luta anticapacitista. Aos 3 anos de idade teve meningite viral, o que lhe causou paralisia cerebral.
Flávio Pereira, artesão paranaense que esteve presente durante 580 dias de vigília, enqaunto Lula foi mantido preso em Curitiba (PR).


A catadora Aline Souza coloca a faixa presidencial
no presidente Lula.
Foto de Tomaz Silva/Agência Brasil - EBC


O nadador Francisco Carlos, de 10 anos,
foi um dos escolhidos para 
entregar a faixa a Lula.
Foto de Tomaz Silva/Agência Brasil - EBC

Lula e o cacique Raoni, da etnia caiapó,
que tem 93 anos, habita a região do Rio Xingu
e é conhecido internacionalmente por
sua luta em favor da Amazônia e
dos povos das florestas. 
Foto de Tânia Rego/Agência Brasil - EBC