domingo, 5 de janeiro de 2014

Se Eusébio se juntar a Garrincha, Sócrates e outros craques que se foram, a Copa de 2014 será no Céu.

Selo emitido pelos Emirados
Árabes em 15/9/1968 -
domínio público
Ajman Post Office
O ano era o de 1966. O mês, julho. Eu tinha ainda 8 anos de idade. Faria 9 somente em setembro. Acompanhava a Copa do Mundo de Futebol pelo rádio. Naquela época,  a televisão ainda não era aparelho doméstico presente em todos os lares.
A Seleção Brasileira de Futebol, a nossa Seleção Canarinho, era a favorita à disputa realizada na Inglaterra, porque detinha o título de bicampeã mundial, depois de conquistar a Copa da Suécia, em 1958, e a do Chile, em 1962.
Sua  estrela maior era Pelé, que compunha o quinteto mágico ao lado de Dorval, Mengálvio, Coutinho e Pepe, todos do Santos Futebol Clube.
Esses detalhes eu ainda não conhecia direito, porque era pequena. Mas sabia que a molecada da rua, quando jogava bola e fazia gol, tinha prazer em gritar "gooollll de Pelé".
Também cantarolava a música que enaltecia a Seleção Brasileira: "A taça do mundo é nossa/ com os brasileiros/ não há quem possa/ Eh eta esquadrão de ouro/ é bom no samba, é bom no couro". (Composição de Wagner Maugeri, Maugeri Sobrinho, Lauro Müller e Vitor Dagô, segundo Rogério Torquato).
Além disso, ouvia falar muito em Eusébio, o jogador preto da Seleção de Portugal, que podia fazer páreo com Pelé.
Dito e feito. Naquele julho de 1966, a seleção favorita, treinada por Vicente Feola, foi eliminada pela equipe lusa. Um dos responsáveis por aquele feito inacreditável foi Eusébio, autor de dois dos três gols portugueses. O placar foi de 3x1.
O nome dele era o mais pronunciado pelo locutor, que também não parava de narrar as faltas violentas dos zagueiros portugueses em cima de Pelé.
Essas foram as más lembranças daquele ano que só seriam amenizadas em 1970, quando o Brasil conquistou no México o tricampeonato e a posse definitiva da Taça Jules Rumet (a mesma que foi furtada anos depois e derretida).
Pois hoje, 5 de janeiro de 2014, o nome daquele jogo de 1966 voltou ao noticiário de maneira triste. Eusébio da Silva Ferreira, nascido em Maputo, Moçambique (colônia de Portugal), em 25 de janeiro de 1942, grande atacante do Benfica e considerado um dos maiores jogadores do mundo, morreu de madrugada em Lisboa (Portugal) aos 71 anos.
O Pantera Negra, como era chamado, perdeu o jogo para uma insuficiência cardíaca. Deixa a viúva Flora Bruheim e as filhas Sandra e Carla.
Se ele se juntar a Garrincha, Sócrates e outros craques que já se foram, a Copa de 2014 vai ser no Céu.

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