quinta-feira, 1 de julho de 2010

Seleção alemã miscigenada derrota
nazismo. E a Copa, o apartheid

Reprodução - (Na foto, Podolski e Cacau)
A seleção de futebol alemã de 2010 é a melhor resposta do tempo e da História aos ideais nazistas, que predominaram na Alemanha e nos países invadidos pelas tropas germânicas, de 1939 a 1945. Adolf Hitler, o maior líder nazista durante a Segunda Guerra, defendia a superioridade da raça ariana e, em nome dessa filosofia assassina, dizimou milhares de judeus, ciganos, negros, homossexuais... Não admitia a mistura de etnias.
Mas a seleção alemã atual é formada por brancos e negros, na maioria, estrangeiros.
Os atacantes Lukas Podolski (camisa 10) e Miroslav Klose (camisa 11) e o reserva Piotr Trochowski são poloneses.
Nascido na Bósnia, Marko Marin deixou seu país ainda criança por causa da guerra e naturalizou-se alemão.
O atacante Cacau, titular da camisa 9, se chama Claudemir Jerônimo Barreto, nasceu em Santo André e é, portanto, brasileiro.
Além deles, Dennis Aogo, Jérôme Boateng, Sami Khedira, Mesut Ozil, Serdar Tasci e Mário Gomez Garcia também não são alemães ''puros'', como classificaria Hitler. Aogo tem pai nigeriano e mãe alemã. Boateng é filho de ganense com alemã. Khedira, de tunisiano com mãe alemã. Nascidos na Alemanha, Ozil e Tasci são filhos de turcos.
Alemão de nascimento, Mário Gomez tem origem espanhola.
Agora, sim, o nome 'Alemanha' faz jus ao seu sentido original germânico: ''terra de todos os homens'' ou ''nossas muitas tribos''.
Felizmente, além da jabulani, as pedras rolam e não criam limo!
Apartheid
A Copa do Mundo de Futebol de 2010 dá a resposta aos nazistas e também aos holandeses e ingleses que impuseram, de 1946 a 1990, o regime segregacionista apartheid na África do Sul.
Toda vez que eu ouço o nome do Estádio Ellys Park, em Soweto, Johannesburgo, fico feliz. O processo de reconstrução do país é lento, mas, de um modo ou de outro, os negros venceram.
Principal núcleo de resistência ao apartheid, Soweto foi palco de um dos maiores massacres de jovens negros na história sul-africana em 16 de junho de 1976.
Cerca de 10 mil estudantes negros protestavam contra a baixa qualidade do ensino destinado a eles, quando foram metralhados pela polícia. Nesse bairro, os negros eram obrigados a viver, porque não podiam frequentar as áreas destinadas aos brancos.
Steve Biko era um dos líderes de Soweto. Morreu sob tortura em 12 de setembro de 1977.
Felizmente, Nelson Mandela e Desmond Tutu sobreviveram para ver essa integração que o futebol está proporcionando.
Hoje, são os negros Bafana Bafana que o mundo reverencia e aplaude.
Foto de Marcello Casal Jr - Agência Brasil (ABr)

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